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Minha Jornada Espiritual: Por que decidi me desvincular de qualquer religião

  • Foto do escritor: Thiago Maciel
    Thiago Maciel
  • 30 de jan
  • 4 min de leitura

Atualizado: 6 de fev

A intenção desse post não é criticar nenhuma religião, mas sim compartilhar a minha experiência pessoal.


Espiritualidade: sua conexão pessoal com o Divino
Espiritualidade: sua conexão pessoal com o Divino.

Nasci e cresci como Testemunha de Jeová. Desde cedo, estudei a Bíblia e compartilhei as minhas crenças com outros. Era uma parte essencial da minha vida. No entanto, ao explorar a espiritualidade de forma mais livre, percebi que algumas das crenças que seguia eram, na verdade, regras ou costumes que não pareciam ser determinantes para estabelecer uma conexão verdadeira com o que chamamos de Divino.


Decidir me desvincular dessa religião — e de qualquer outra — foi o resultado de uma longa reflexão. Sempre dizia a mim mesmo que jamais deixaria de fazer parte dela. Mas isso mudou.


Minha relação com a religião no passado 


Minha relação com a religião sempre foi muito próxima. Frequentava as reuniões regularmente e participava ativamente das atividades internas. Durante todo esse tempo, aprendi valores importantes, como a importância de estar bem vestido, manter a casa limpa e organizada e falar de forma educada. Também aprendi a valorizar os estudos espirituais e a respeitar regras para manter a ordem. Ademais, adquiri a noção de que devemos promover a paz, evitando conflitos.


Apesar disso, algumas experiências me levaram a questionar as minhas crenças e a necessidade de pertencer a uma religião.


Os primeiros questionamentos 


Tudo começou quando me deparei com passagens bíblicos específicas. Um exemplo marcante foi a ordem de Deus para que o exército de Israel destruísse o exército inimigo e matasse todas as pessoas daquele povo, incluindo homens, mulheres, crianças, bebês e até mesmo os animais. Ao ler isso, pensei: “Esse não é o Deus amoroso que conhecemos na Bíblia. Será que essa ordem veio realmente d'Ele ou foi atribuída a Ele por alguém com más intenções?”


Outro exemplo que me impactou foi a história do filho de Davi, que morreu ainda bebê como forma de punição pelos erros de seu pai. Me perguntei: “Por que Deus mataria um bebê inocente para punir outra pessoa?”


Esses relatos, e alguns outros, me fizeram refletir profundamente. A descrição de Deus como a personificação do amor não parecia compatível com essas passagens. Essa incoerência me levou a questionar se a Bíblia poderia conter informações que não refletem verdadeiramente a essência divina.


Vale destacar que, mesmo enxergando por essa perspectiva, a Bíblia continua sendo um livro Sagrado para mim e mantém sua relevância.


O conflito interno e a busca por respostas


Mesmo com esses questionamentos, sentia-me culpado. Pensar que a Bíblia pudesse conter erros ou interpretações humanas me deixava desconfortável. Muitas vezes, orei pedindo mais fé e entendimento para enxergar as coisas de forma correta.


A decisão de me desvincular


Depois de muitas reflexões, minha decisão de me desvincular da religião Testemunha de Jeová foi influenciada por uma mudança nas regras dentro da religião sobre o uso de barba para homens e calças para mulheres.


Por muito tempo, essas práticas eram proibidas. Homens que deixassem a barba crescer não podiam participar de atividades religiosas, e o uso de calças por mulheres era visto como inaceitável. Sempre achei essas restrições estranhas, especialmente porque a Bíblia não mencionava nada contra essas práticas. Mesmo assim, obedeci às regras. Continuando minhas pesquisas bíblicas, confirmei que não havia justificativa para essas proibições. Ainda assim, permaneci obediente.


Anos depois, veio o anúncio: as restrições haviam sido revogadas. A partir daquele momento, as pessoas estavam livres para usar barba ou calças. A decisão não trouxe alívio, mas decepção comigo mesmo. Com medo de punição divina, esperei a autorização de homens para algo que a Bíblia já não proibia.


Foi então que percebi: eu não estava seguindo essas regras para me aproximar de Deus, mas sim para agradar homens. Era como se precisasse de sua aprovação para me sentir digno diante do Divino. E isso não era mais aceitável para mim.


Nota: O ponto não é usar barba ou calças, mas sim a necessidade de permissão humana para algo que, espiritualmente, já sabia ser permitido. Eu estava servindo a homens, não a Deus.

Essa compreensão levou à minha escolha de deixar a religião. Uma decisão baseada na busca pela autenticidade e pela liberdade espiritual.


Espiritualidade fora das religiões


Hoje, espiritualidade para mim significa buscar formas livres de se conectar com o Divino. Essa conexão pode acontecer através da meditação, da contemplação da natureza, da filosofia, de entender e respeitar outras religiões e de outras práticas.


Acredito que Deus deseja que todos tenham uma vida boa e evoluam espiritualmente de forma livre e amorosa, sem o peso do medo de quebrar regras ou da culpa por questionar.


Respeito às diferenças


Respeito profundamente as pessoas que escolhem seguir uma religião. Cada um conhece suas necessidades e encontra conforto onde acha mais apropriado. Se fazer parte de um grupo religioso com determinadas crenças e regras é importante para você, siga em frente. Não há nada de errado nisso. A diversidade de crenças é algo enriquecedor.


Quanto a mim, minha jornada tomou outro rumo. Neste momento, não pertenço a nenhuma religião, e talvez continue assim por muito tempo. Mas fico em paz sabendo que posso mudar de opinião quando quiser. Minha espiritualidade é flexível e não depende exclusivamente dessa decisão.


Conclusão: Um convite à reflexão


Independentemente de sua decisão ou opinião sobre este assunto, reflita sobre sua própria jornada espiritual, seja você religioso ou não. O mais importante é respeitar as escolhas uns dos outros e valorizar a sua oportunidade de explorar a espiritualidade de forma livre.



A religião é inspiração do homem que evolui, mas não é o segredo dessa evolução.

O Livro de Urântia





 

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